terça-feira, 2 de outubro de 2012

A gratidão

O homem, por detrás do balcão olhava a rua de forma distraída. Uma garotinha se aproximou da loja e apertou o narizinho contra o vidro da vitrine. Os olhos da cor do céu brilharam quando ela viu determinado objeto. Entrou na loja e pediu para ver o colar de turquesas azuis. É para minha irmã. Pode fazer um pacote bem bonito? O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e lhe perguntou: Quanto dinheiro você tem? Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão e feliz, disse: Isto dá, não dá? Eram apenas algumas moedas, que ela exibia orgulhosa. Sabe, eu quero dar este colar azul para a minha irmã mais velha. Desde que morreu nossa mãe, ela cuida da gente e não tem tempo para ela. É seu aniversário e tenho certeza que ela ficará feliz com o colar que é da cor dos olhos dela. O homem foi para o interior da loja, colocou o colar em um estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde. Tome, leve com cuidado. Ela saiu feliz, saltitando rua abaixo. Ainda não acabara o dia quando uma linda jovem de cabelos loiros e longos e maravilhosos olhos azuis, adentrou a loja. Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e perguntou: Este colar foi comprado aqui? Sim, senhora. E quanto custou? Ah!, falou o homem, o preço de qualquer produto da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o cliente. A moça continuou: Mas minha irmã tinha somente algumas moedas. O colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagá-lo! O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e devolveu à jovem dizendo: Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar. Ela deu tudo o que tinha. O silêncio encheu a pequena loja, e duas lágrimas rolaram pelas faces jovens, enquanto suas mãos tomavam o embrulho e ela retornava ao lar, emocionada. * * * Verdadeira doação é dar-se por inteiro, sem restrições. Gratidão de quem ama não coloca limites para os gestos de ternura. E gratidão é sempre manifestação dos Espíritos que têm riqueza de emoções e altruísmo. Sê sempre grato, mas não espere pelo reconhecimento de ninguém. A gratidão é dever que não aquece apenas quem a recebe, mas também reconforta quem a oferece. Redação do Momento Espírita com base no texto O colar de turquesas azuis, do livro Remotos cânticos de Belém, de Wallace Leal Rodrigues, ed. O Clarim.

Verdadeiras Jóias

Narra uma lenda romana do século II a.C., que uma matrona romana, de nome Cornélia, tinha dois filhos. Certo dia, chamou os meninos que brincavam no jardim e lhes disse que, naquele dia, deveriam receber a visita de uma amiga para jantar. Ela era muito rica e viria para lhes mostrar suas joias. Quando a mulher chegou, ambos os irmãos arregalaram os olhos, ao ver os anéis que trazia nos dedos, os braceletes nos braços, as correntes de ouro que contornavam seu pescoço e os fios de pérolas que cintilavam nos seus cabelos. Olharam para sua mãe, que trajava uma túnica branca, sem adereços, e na cabeça trazia somente suas tranças enroladas. Um servo trouxe uma caixa e a colocou sobre a mesa. E, ante a surpresa dos meninos, a mulher lhes mostrou rubis vermelhos como sangue, safiras azuis como o céu, esmeraldas verdes como o mar e diamantes que luziam ao sol. O menorzinho sussurrou para o maior: Seria tão bom se nossa mãe pudesse ter algumas dessas pedras ou dessas jóias. Olhando com quase piedade para Cornélia, a ilustre visitante lhe indagou: É verdade que você não tem joias? Será verdade que você é assim tão pobre? Sem pestanejar, a anfitriã respondeu: De forma alguma. Tenho joias muito mais valiosas que as suas! Os irmãos Tibério e Caio se entreolharam. Seria possível que sua mãe possuísse joias e eles não soubessem? Acaso teria ela um cofre secreto? Seriam suas joias de tamanho valor que ela não as usasse, temendo ladrões? Mas Cornélia se aproximou dos dois filhos, abraçou-os sorrindo e falou: Estas são as minhas joias. Não são muito mais preciosas do que as suas pedrarias? * * * São verdadeiramente joias preciosas os filhos que nos chegam. Alguns pedras brutas para lapidação, outros já deixando perceber o fino trabalho da ourivesaria dos tempos, da lapidação das várias vidas. Quantos de nós nos apercebemos de tal riqueza? Quanta vez preferimos ilusões do mundo a estar com nossos pequenos? Quantas vezes preferimos colocar-nos ante a televisão, permitindo que os anos se sucedam e nossas preciosidades cresçam sem o cuidado e o carinho de que necessitam! E haverá algo mais precioso do que o sorriso de uma criança? De um abraço generoso? De suas carícias com as mãozinhas tépidas em nossos rostos? Atendamos aos nossos pequenos, joias raras que Deus nos confiou por breve tempo. Não percamos oportunidades de estar com eles, de senti-los, de amá-los. Porque de todos os tesouros do Universo, o amor é o mais valioso e duradouro. * * * Cornélia era mãe de Tibério e Caio Graco, que se tornaram Estadistas em Roma. Quando o povo romano erigia estátuas em honra dos irmãos, nunca esquecia de prestar tributo à mulher que os ensinara a ser sábios e bons. Redação do Momento Espírita "A maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação." Chico Xavier - Emmanuel 

CHICO XAVIER E O HOMEM ASSALTADO

Certa vez, bateu na porta humilde da casa de Chico Xavier um sujeito pouco conhecido na cidade. Mas o nome do Chico já havia decolado, o sujeito descobriu onde ele morava e foi direto pra lá. Era três horas da madrugada e ele dando murros na porta acordando a casa inteira. Quando ele foi atender, deparou-se com um cara todo rasgado, machucado, cheio de hamatomas... Daí ele disse ao sujeito: - Pois não!- O senhor é o Chico Xavier?? - Sim, sou...- Chico, aconteceu uma desgraça! Fui assaltado... - Puxa, mas que bom...- Acho que o senhor não entendeu, eu estou dizendo que fui assaltado e ainda quebraram a minha cara. - Meu Deus, que ótimo...- Escuta aqui senhor Chico Xavier, eu estou dizendo que fui assaltado, que quebraram a minha cara, levaram meus documentos e dinheiro, aliás levaram tudinho. E o senhor fica debochando???? Não esperava isso do senhor não... - Eu não estou debochando! É que você não se deu conta de uma coisa: Agora quem vai ter que pagar o mal que fez é o ladrão espancador e não você!!! Você está isento de culpa. Deus sempre sabe o que faz... Sabe-se que o cara, abaixou a cabeça em pose reflexiva e nunca mais apareceu. Observação: Culpa de que? Todos temos débito com a lei divina. Talvez o homem assaltado tenha sido um assaltante no passado. E o ocorrido tenha quitado seu débito. O assaltante não nasceu para assaltar alguém, mas como ele resolveu cometer este ato, ou seja, usou mal seu livre arbítrio, o homem assaltado foi impelido a passar no local para que pudesse ressarcir o débito. No livro "E a vida continua . . ." de André Luiz, o benfeitor Ribas esclareceu: "Somos mecanicamente impelidos para pessoas e circunstâncias que se afinem conosco ou com os nossos problemas." A Lei de Causa e Efeito é uma legislação criada por Deus, que tem a finalidade de manter a justiça perfeita no Universo. É infalível, justa e perfeita porque, não sendo de origem humana, mas sim divina, é isenta de falibilidade, imperfeição e corrupção. A execução dessa lei é administrada por espíritos das mais altas hierarquias, sabedorias e competência. E Jesus a ensinou, afirmando: "A cada um será dado segundo as suas obras." (Mt 16:27) Aparecimento dos efeitos: O retorno de uma ação, boa ou má, o aparecimento dos seus efeitos pode se dar: - de imediato: pratica-se um ato e, logo, a curto prazo ou um pouco mais tarde, recebe-se a conseqüência, a reação, mas ainda dentro desta encarnação; - após a morte: às vezes, o efeito do que fizemos como encarnados somente aparece na vida espiritual; - na reencarnação: o que fizemos numa existência pode vir a se refletir em outra de nossas vidas, em outra reencarnação. Assim, certas falhas (que não parecem punidas nesta vida) e certas virtudes (que não parecem recompensadas) terão certamente os seus efeitos; se não for nesta vida, o será na vida espiritual ou em nova existência corpórea.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012


 “Minha querida menina, no dia que você perceber que estou envelhecendo, eu peço a você para ser paciente, mas acima de tudo, tentar entender pelo o que estarei passando. 

Se quando conversarmos, eu repetir a mesma coisa dezenas de vezes, não me interrompa dizendo: “Você disse a mesma coisa um minuto atrás”. Apenas ouça, por favor. Tente se lembrar das vezes quando... você era uma criança e eu li a mesma história noite após noite até você dormir. 

Quando eu não quiser tomar banho, não se zangue e não me encabule. Lembra de quando você era criança eu tinha que correr atrás de você dando desculpas e tentando colocar você no banho? 

Quando você perceber que tenho dificuldades com novas tecnologias, me dê tempo para aprender e não me olhe daquele jeito...lembre-se, querida, de como eu pacientemente ensinei a você muitas coisas, como comer direito, vestir-se, arrumar seu cabelo e lhe dar com os problemas da vida todos os dias...o dia que você ver que estou envelhecendo, eu lhe peço para ser paciente, mas acima de tudo, tentar entender pelo o que estarei passando. 

Se eu ocasionalmente me perder em uma conversa, dê-me tempo para lembrar e se eu não conseguir, não fique nervosa, impaciente ou arrogante. Apenas lembre-se, em seu coração, que a coisa mais importante para mim é estar com você. 

E quando eu envelhecer e minhas pernas não me permitirem andar tão rápido quanto antes, me dê sua mão da mesma maneira que eu lhe ofereci a minha em seus primeiros passos.

 Quando este dia chegar, não se sinta triste. Apenas fique comigo e me entenda, enquanto termino minha vida com amor. Eu vou adorar e agradecer pelo tempo e alegria que compartilhamos. Com um sorriso e o imenso amor que sempre tive por você, eu apenas quero dizer, eu te amo minha querida filha.”

Conselhos Úteis




Em uma conferência numa universidade americana, Brian Dyson, ex-presidente da Coca Cola, falou sobre a relação entre o trabalho e outros compromissos da vida, dizendo: "Imagine a vida como um jogo no qual você faz malabarismo com cinco bolas que lança no ar. Essas bolas são: o trabalho, a família, a saúde, os amigos e o espírito. O trabalho é uma bola de borracha. Se cair, bate no chão e pula para cima. Mas as quatro outras não são de borracha. Se caírem no chão se quebrarão e ficarão permanentemente danificadas. Entenda isso e busque o equilíbrio na vida. E como conseguir isso? Anote aí dez conselhos simples:


 1. Não diminua seu próprio valor, comparando-se com outras pessoas. Somos todos diferentes. Cada um de nós é um ser especial. Não fixe seus objetivos com base no que os outros acham importante. Só você está em condições de escolher o que é melhor para si próprio.

 2. Dê valor e respeite as coisas mais queridas ao seu coração. Apegue-se a elas como à própria vida. Sem elas a vida carece de sentido. Não deixe que a vida escorra entre os dedos por viver no passado ou no futuro. Se viver um dia de cada vez, viverá todos os dias de sua vida.

3. Não desista quando ainda é capaz de um esforço a mais. Nada termina até o momento em que se deixa de tentar. Não tema admitir que não é perfeito.

 4. Não tema enfrentar riscos. É correndo riscos que aprendemos a ser valentes.

 5. Não exclua o amor de sua vida dizendo que não se pode encontrá-lo. A melhor forma de receber amor é dá-lo. A forma mais rápida de ficar sem amor é apegar-se demasiado a si próprio. A melhor forma de manter o amor é dar-lhe asas.

 6. Não corra tanto pela vida a ponto de esquecer onde está e para onde vai.

 7. Não tenha medo de aprender. O conhecimento é leve. É um tesouro que se carrega facilmente.

8. Não use imprudentemente o tempo ou as palavras, por ser impossível recuperar.

9. A vida não é uma corrida, mas sim uma viagem que deve ser desfrutada a cada passo.

10. Lembre-se: o ontem é história. O amanhã é mistério e o hoje é uma dádiva, por isso se chama "presente". Viva o presente com muita energia!

 Pense nisso! Estes conselhos são uma verdadeira lição de vida para quem deseja viver com equilíbrio. Simples e objetivos, eles podem nos levar ao sucesso pessoal em todos os setores da vida. Pessoas emocionalmente equilibradas têm mais alegria de viver, mais amigos e vivem mais e melhor. E lembre-se da comparação das cinco bolas feita por Brian Dyson. Essas bolas são: o trabalho, a família, a saúde, os amigos e o espírito. E somente o trabalho foi comparado a uma bola de borracha, as demais podem quebrar-se e ficar permanentemente danificadas.

 Pense nisso!

A Pulga (Richard Simonetti)






 
Entusiasmada com a revelação que lhe fora feita por um médium, a Senhora informou a Chico Xavier:

- Recebi uma notícia maravilhosa!
- O que foi, minha irmã?
- Minha identidade nos tempos apostólicos!
- Beleza!
- Fui mártir. Estive no Circo Romano. Morri devorada por um leão!

Ante a admiração do médium, perguntou:

- E você Chico, já sabe quem foi?
- Ah! minha irmã, sei sim...
- E daí, estou curiosa...
- Fui a pulga do leão.

***

O episódio, que nos fala da humildade e do bom humor de Chico, remete-nos a uma curiosa tendência, relativa às famosas revelações.

Geralmente o iluminado foi rei, rainha, estadista, cientista, artista famoso...

Sempre alguém importante que se destacou em determinado setor de atividade.

Não se ouve falar de lixeiro, operário, camponês, homem do povo...

Detalhe relevante, nesse assunto, amigo leitor: considerando que os que se destacam na política, nas artes, na religião, constituem minoria, certamente há algo de equivocado nessas revelações que privilegiam todos os consulentes.

A experiência demonstra que são produzidas por médiuns ou Espíritos espertos, interessados em incensar a vaidade das pessoas, a fim de conquistar sua confiança e admiração.

Raros não sentem inflar o ego ante a informação de que foram figuras destacadas, em pretéritas existências.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Peneira....!!!!


Certa vez, uma mãe muito preocupada com a educação de sua filha a surpreendeu, junto a um grupo de amigas, comentando acerca de uma outra amiga ausente.

O comentário naturalmente era desagradável. A mãe, então, convidou todas as meninas a seguirem com ela para a cozinha. Ali tomou de três peneiras, uma vasilha e uma porção de farinha.

Despejou a farinha na primeira peneira, de furos grandes e facilmente a farinha passou para a segunda peneira que tinha furos um pouco menores.

Agitou um pouco e a farinha caiu na terceira peneira, de malhas mais finas. Chacoalhou outra vez e a farinha finalmente caiu dentro da tigela.

A mãe tomou, então, de uma tampa e com cuidado, cobriu o recipiente para que a farinha não se espalhasse, caso um vento forte se apresentasse.

As meninas acharam aquilo tudo muito estranho e ficaram olhando, sem entender nada.

A senhora sorriu e falou, dirigindo-se especialmente para a filha:

Vamos imaginar que a farinha represente o comentário que você ouviu de alguém a respeito da sua amiga. Antes de passá-lo adiante, vamos passá-lo pelas três peneiras. Você tem certeza de que o que lhe contaram é a pura verdade?

Bem, disse a garota, certeza mesmo eu não tenho, só ouvi alguns comentários.

Se você não tem certeza, falou a mãe, a informação vazou pelos furos grandes da peneira da verdade. Agora vamos passá-la pela segunda peneira, a da caridade.

Pense, minha filha, você gostaria que dissessem de você isto que você falava a respeito da sua amiga?

Claro que não, respondeu prontamente a garota.

Então a sua história acaba de passar pelos furos da segunda peneira. Agora caiu na terceira, que se chama razão. Você acha que é necessário, que é útil passar adiante esta história?

A menina pensou um pouco, coçou a cabeça e respondeu:

Pensando bem, acho que não há nenhuma necessidade.

Pois muito bem, completou a mãe, assim como a farinha passou pelas três peneiras e ficou guardada na vasilha tampada, protegida do vento, o comentário que você ouviu, depois de passar pela peneira da verdade, da caridade e da razão, deve ficar guardado dentro de você.

Assim procedendo, você impedirá que o vento da maledicência espalhe a calúnia e traga maiores sofrimentos para sua amiga.




Refletir.....

Antes de tecermos qualquer comentário desabonador a respeito de quem quer que seja, reflitamos: será mesmo verdade o que nos disseram?

Gostaríamos que dissessem de nós o que pretendemos contar aos outros? Será verdadeiramente útil para alguém passar adiante o que ouvimos?

Se depois de passar pelas três peneiras, concluirmos que pode não ser verdadeira a informação, ou que, em se referindo à nossa pessoa, não gostaríamos de tal comentário, ou, finalmente, se o que sabemos nada trará de construtivo, de útil a outrem, calemos.

O mal não merece comentário em tempo algum. O mal cresce na Terra porque os bons se encarregam de alardeá-lo aos quatro ventos, à conta de escândalo.

A frase: Você já sabe?, repetida tantas vezes por nossa boca, deve começar a morrer dentro de nós, quando se trate de comentar a vida alheia.

Divulguemos o mau proceder somente quando, comprovado verdadeiro, a sua divulgação possa trazer benefício a terceiros, a título de prudência ou cuidados.

Caso contrário, sejamos sempre os promotores da boa palavra, que constrói, edifica, espalha luzes onde se expresse.

A Melhor Idade do Amor

É preciso amor e respeito as pessoas da melhor idade



Sábado, dez horas e vinte e um minutos da manhã. Chuva insistente de outono. Um casal adentra uma panificadora para tomar café. Dois cafés com leite e três pães de queijo, por favor. Ela parece um pouco agitada. Não tira os olhos dele. Ele parece tranquilo, dessas pessoas que já conseguem viver num tempo um pouco mais lento do que o do relógio. A diferença de idade é gritante. Não mais de quarenta, ela. Próximo aos oitenta, ele. Ele olha para fora pela janela entreaberta. Ela sorri, carinhosa. Todos os seus filhos nasceram aqui nesta cidade? Ele pensa um pouco... - Sim, todas elas... Três filhas. E você? Onde nasceu? - Volta a inquirir a mulher. Eu não sou daqui. Nasci no interior... Longe da cidade. E o que você lembra de lá? Ah... Muitas coisas... - Responde ele, com leve sorriso. Então, silencia. Parece fazer algum esforço para recordar de algo especial, mas logo desiste. Volta a olhar para fora, procurando a chuva fina. Sabe... Acho que tive uma vida feliz... Ela permanece interessada. Um interesse de primeiro encontro. Observa os cabelos brancos dele, a tez um pouco castigada, os olhos azuis. Respira fundo. Alguém poderia dizer que é o respirar de quem está apaixonado. Você só casou uma vez? - Pergunta ela, com certo embaraço na voz. Sim. Tereza. Mãe de minhas meninas. Que Deus a tenha. Ela fica um pouco emocionada e constrangida, repentinamente. Esboça um sorriso para disfarçar. Olha para a mesa. Ainda resta um pão. Pode comer. Já estou satisfeita. Almoçamos juntos amanhã? - Pergunta ele, ansioso por ouvir um sim. Sim... Claro que sim. É dia de almoçarmos juntos. Você sabe que gosto muito de estar com você, de ouvir suas histórias... Estou um pouco esquecido hoje, eu acho. Contei pouco... Não tem problema. - Diz ela, carinhosa. - Tem dias que a gente está com a memória mais fraca mesmo. Doutor Maurício disse que é importante ficar puxando as coisas da memória sempre. Ele diz que é como um exercício físico que fazemos para não "enferrujar". - Conclui ele. É verdade... - Ela suspira. - Precisamos cuidar da memória... Novamente um longo silêncio entre os dois. Ele volta a vislumbrar o exterior, contemplativo. Ela nota seu rosto em detalhes, ternamente. Fecha os olhos, por um instante, como se fizesse uma breve oração, uma rogativa sincera a uma Força Maior. Volta a abri-los, vagarosamente, e então pergunta: Pai... Pai... Posso pedir a conta? Ele acena positivamente. A conta chega. Ela se levanta primeiro, vai em direção a ele, envolve-o num abraço e o ajuda a levantar. Aquela era a rotina de todo sábado, às dez horas e vinte e um minutos da manhã, nos últimos dez meses. * * * Foram nossos genitores que nos proporcionaram um corpo, abençoado instrumento de trabalho para o nosso progresso, bem como um lar. Pensando em tudo isso, louve aos seus pais. Cuide deles, agora quando estão velhos, alquebrados, frágeis ou doentes. Faça o possível para não os atirar nos tristes quartinhos dos fundos da casa, aonde ninguém vai. Não se furte à alegria de apresentá-los aos seus amigos e às suas visitas; Ouça o que eles tenham a dizer. Quando estejam em condições para isso, leve-os para as refeições à mesa com você. Retribua, assim, uma parcela pequena do muito recebido por seus genitores anos atrás.

segunda-feira, 26 de março de 2012

A felicidade é uma questão pessoal...


Durante um seminário para casais, perguntaram a uma das esposas:

- 'Seu marido lhe faz feliz? Ele lhe faz feliz de verdade?'
Neste
momento, o marido levantou seu pescoço, demonstrando total segurança.
Ele sabia que a sua esposa diria que sim, pois ela jamais havia reclamado de algo durante o casamento. Todavia, sua esposa respondeu a pergunta com um sonoro 'NÃO', daqueles bem redondos!

- 'Não, o meu marido não me faz feliz'!
(Neste momento o marido já
procurava a porta de saída mais próxima).

'Meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz! Eu sou feliz'.
E continuou: 'O fato de eu
ser feliz ou não, não depende dele; e sim de mim. Eu sou a única pessoa da qual depende a minha felicidade. Eu determino ser feliz em cada situação e em cada momento da minha vida, pois se a minha felicidade dependesse de alguma pessoa, coisa ou circunstância sobre a face da Terra, eu estaria com sérios problemas. Tudo o que existe nesta vida muda constantemente: o ser humano, as riquezas, o meu corpo, o clima, o meu chefe, os prazeres, os amigos, minha saúde física e mental.
E assim eu poderia citar uma lista interminável. Eu decido ser feliz! Se tenho hoje minha casa vazia ou cheia: sou feliz!
Se vou sair acompanhada ou sozinha: sou feliz! Se meu emprego é bem remunerado ou não: eu sou feliz! Sou casada, mas era feliz quando estava solteira. Eu sou feliz por mim mesma.
As demais coisas, pessoas, momentos ou situações eu chamo de 'experiências' que podem ou não me proporcionar momentos de alegria e tristeza. Quando alguém que eu amo morre, eu sou uma pessoa feliz num momento inevitável de tristeza. Aprendo com as experiências passageiras e vivo as que são eternas como amar, perdoar, ajudar, compreender, aceitar, consolar.
Há pessoas que dizem: hoje não posso ser feliz porque estou doente, porque não tenho dinheiro, porque faz muito calor, porque alguém me insultou, porque alguém deixou de me amar, porque eu não soube me dar valor, porque meu marido não é como eu esperava, porque meus filhos não me fazem felizes, porque meus amigos não me fazem felizes, porque meu emprego é medíocre e por aí vai.
Eu amo meu marido e me sinto amada por ele desde o namoro e ainda mais depois que nos casamos. Amo a vida que tenho, mas não porque minha vida é mais fácil do que a dos outros. É porque eu decidi ser feliz como indivíduo e me responsabilizo por minha felicidade.
Quando eu tiro essa obrigação do meu marido e de
qualquer outra pessoa, deixo-os livres do peso de me carregar nos ombros. A vida de todos fica muito mais leve. E é dessa forma que consegui um casamento bem sucedido ao longo de tantos anos. Nunca deixe nas mãos de ninguém uma responsabilidade tão grande quanto a de assumir e promover sua felicidade.'
SEJA FELIZ, mesmo que faça calor, mesmo que esteja doente, mesmo que não tenha dinheiro, mesmo que alguém tenha lhe machucado, mesmo que alguém não lhe ame ou não lhe dê o devido valor. Peça apenas a Deus que lhe dê serenidade para aceitar as coisas que você não pode mudar, coragem para modificar aquelas que podem ser mudadas e sabedoria para conseguir reconhecer a diferença que existe entre elas.


((Richard Bach ))

domingo, 15 de janeiro de 2012

Marca de Amor

Um menino tinha uma cicatriz no rosto,
as pessoas de seu colégio não falavam com ele e nem sentavam ao seu lado,
na realidade quando os colegas de seu colégio o viam franziam a testa devido à cicatriz ser muito feia.

Então a turma se reuniu com o professor e foi sugerido que aquele menino da cicatriz não frequentasse mais o colégio, o professor levou o caso à diretoria do colégio.

A diretoria ouviu e chegou à seguinte conclusão:

Que não poderia tirar o menino do colégio,
e que conversaria com o menino e ele seria o ultimo a entrar em sala de aula,
e o primeiro a sair, desta forma nenhum aluno via o rosto do menino,
a não ser que olhassem para trás.

O professor achou magnífica a idéia da diretoria,
sabia que os alunos não olhariam mais para trás.



Levado ao conhecimento do menino da decisão ele prontamente aceitou a imposição do colégio,
com uma condição:

Que ele compareceria na frente dos alunos em sala de aula,
para dizer o por quê daquela CICATRIZ.

A turma concordou,
e no dia o menino entrou em sala dirigiu-se a frente da sala de aula e começou a relatar:

- Sabe turma eu entendo vocês,
na realidade esta cicatriz é muito feia, mas foi assim que eu a adquiri:

- Minha mãe era muito pobre e para ajudar na alimentação de casa minha mãe passava roupa para fora,
eu tinha por volta de 7 a 8 anos de idade...

A turma estava em silencio atenta a tudo .

O menino continuou: além de mim, haviam mais 3 irmãozinhos, um de 4 anos, outro de 2 anos e uma irmãzinha com apenas alguns dias de vida.

Silêncio total em sala.

-... Foi aí que não sei como,
a nossa casa que era muito simples, feita de madeira começou a pegar fogo, minha mãe correu até o quarto em que estávamos pegou meu irmãozinho de 2 anos no colo, eu e meu outro irmão pelas mãos e nos levou para fora, havia muita fumaça, as paredes que eram de madeira, pegavam fogo e estava muito quente...

Minha mãe colocou-me sentado no chão do lado de fora e disse-me para ficar com eles até ela voltar,
pois minha mãe tinha que voltar para pegar minha irmãzinha que continuava lá dentro da casa em chama.
Só que quando minha mãe tentou entrar na casa em chamas as pessoas que estavam ali,
não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha, eu via minha mãe gritar:

- " Minha filhinha está lá dentro!"
Vi no rosto de minha mãe o desespero, o horror e ela gritava,
mas aquelas pessoas não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha...

Foi aí que decidi.
Peguei meu irmão de 2 anos que estava em meu colo e o coloquei no colo do meu irmãozinho de 4 anos e disse-lhe que não saísse dali até eu voltar.

Saí de entre as pessoas, sem ser notado e quando perceberam eu já tinha entrado na casa.
Havia muita fumaça, estava muito quente,
mas eu tinha que pegar minha irmãzinha.
Eu sabia o quarto em que ela estava.

Quando cheguei lá ela estava enrolada em um lençol e chorava muito...
Neste momento vi caindo alguma coisa,
então me joguei em cima dela para protegê-la,
e aquela coisa quente encostou-se em meu rosto...

A turma estava quieta atenta ao menino e envergonhada então o menino continuou:
Vocês podem achar esta CICATRIZ feia, mas tem alguém lá em casa que acha linda e todo dia quando chego em casa, ela, a minha irmãzinha me beija porque sabe que é marca de AMOR.

Vários alunos choravam,
sem saberem o que dizerem ou fazerem,
mas o menino foi para o fundo da classe e imovelmente sentou-se.

Para você que leu esta história,
queria dizer que o mundo está cheio de CICATRIZ.

Não falo da CICATRIZ visível mas das cicatrizes que não se vêem,
estamos sempre prontos a abrir cicatrizes nas pessoas,
seja com palavras ou nossas ações.

Há aproximadamente 2000 anos JESUS CRISTO,
adquiriu algumas CICATRIZES em suas mãos, seus pés e sua cabeça.

Essas cicatrizes eram nossas,
mas Ele, pulou em cima da gente,
protegeu-nos e ficou com todas as nossas CICATRIZES..

Essas também são marcas de AMOR.

Jesus te ama,
não por quem você é,
mas sim pelo que você é,
e para Jesus você é a pessoa mais importante deste mundo.

Nunca se esqueça disso!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O encontro entre Madre Teresa e Princesa Diana no plano espiritual


Certo dia, a princesa Diana vai procurar madre Teresa de Calcutá, abrindo-lhe o coração. Falou-lhe de suas angústias, do vazio que sentia em seu íntimo, muito embora, a sua, fosse uma vida de glamour. E confessou-lhe o desejo de fazer parte de sua ordem religiosa.

A madre comoveu-se ante o relato, cheio de ternura e confiança, e viu muita doçura e bondade na alma daquela mulher simples, porém muita rica e famosa. E, com grande carinho, buscou orientar-lhe. Disse-lhe que ela era uma princesa e, como tal, não poderia pertencer à sua ordem religiosa, de extrema pobreza. Então, a madre lhe disse:

- Diana, você pode doar esse amor às crianças indefesas. Na sua posição, você pode auxiliar muitas delas, que sofrem... A caridade pode ser exercida em qualquer lugar onde nos encontremos...

A princesa voltou para o seu palácio e daí em diante, dedicou-se a visitar crianças vítimas da aids, essa enfermidade tão cruel, e auxiliou, com enorme carinho, crianças mutiladas pelas minas das guerras... Desde então, encontrou a alegria de ser útil, o prazer de servir.

Madre Teresa tudo acompanhava pelos informes da TV, da imprensa. E, entre aquelas duas mulheres, elos de amor passaram a existir.

O tempo correu. Alguns meses depois, a princesa, amiga dos sofredores, a rosa da Inglaterra, como era conhecida mundialmente, veio a desencarnar num acidente que chocou a todos.

A madre, muito abalada, ao saber do fato, apressou-se a tomar providências e a cancelar compromissos, a fim de comparecer ao funeral, dias depois.

Algo, porém, alterou-lhe os planos. Sua saúde, muito instável. levou-a à cama. Alguns dias se passaram, e madre Teresa veio também a falecer.

Joanna de Ângelis nos contou, então o suceder dos acontecimentos, do "outro lado"...

Madre Teresa foi recebida numa festa de luz, sob a carinhosa assistência de Teresa de Lisieux, a Santa Terezinha do Menino Jesus, como é adorada na Igreja Católica. Permaneceu consciente de seu processo desencarnatório, na paz de consciência que sua vida honrada lhe fizera merecer. E é então que ela pergunta à religiosa que lhe recebera, onde estava Diana. E Teresa de Lisieux lhe conta que a princesa, devido ao choque causado pelo acidente, estava dormindo, ainda em refazimento e recuperação.

Madre Teresa de Calcutá vela pela princesa, faz-lhe companhia, ora por sua harmonização. E, no momento de despertar, quando Diana abre os olhos diante da vida espiritual e reconhece a grandeza do amor de Deus, eis que ela revê a madre, a religiosa afetuosa e amiga que, com extremado amor, lhe diz:

- Agora, minha filha, você está pronta para ser aceita na minha ordem. Iremos trabalhar juntas, com a bênção do Senhor.

-Nós, que sabemos como o mundo espiritual é fascinante, diz Divaldo, imaginemos o júbilo desse encontro!

Relato de Divaldo Pereira Franco