terça-feira, 30 de abril de 2013

O Castelo da Vida




   Em um belo dia de verão, na praia, olhava duas crianças que brincavam de construir  castelo com areia molhada.
   Durante muito tempo elas iam, correndo, com o baldinho vazio, até o mar, colhiam a água e voltavam cautelosas a fim de que a água não derramasse. Despejavam a água na areia e depois tomavam esta molhada nas mãos e, pacientemente, deixavam que a areia molhada escorresse entre os dedinhos. Caindo umas sobre as outras, aquelas bolotinhas de areia molhada, paulatinamente, tomavam a forma do castelinho que as pacientes crianças procuravam moldar.
   Repentinamente, quando o castelinho estava quase pronto, uma onda maior estendeu-se sobre a orla, avançando até atingir a construção que se transformou, novamente, em um punhado de areia coroado pelas espumas das cristas das ondas...
   Observei as crianças... quanto trabalho... muita paciência... Por certo o choro explodiria em seus olhinhos, que atônitos e desolados olhavam para o que nada sobrara do castelo... a não ser... areia e água. Tanto esforço... tanta dedicação...
   Preparei-me para consolá-las...
    De súbito... uma olhou para a outra... e desandaram a rir gostosamente...
  Correram, novamente, com os baldinhos em direção às ondinhas, que mansamente beijavam as areias da orla... Encheram as vasilhinhas... e alegres molharam a areia... Tomaram-na nas mãos e começaram tudo de novo!

   Surpreso e feliz, colhi a bela lição daquelas crianças inocentes e alegres, numa bela demonstração da arte de viver.
   A Doutrina Espírita revela-nos que a vida física que usufruímos é um processo educativo contínuo e permanente.
    Muitas vezes, estamos construindo algo em nós ou para nós. Com o baldinho do nosso entendimento colhemos as águas da esperança. Corremos para a areia das realizações concretas. Estamos felizes... construindo!
     De inopino chega a onda da adversidade, destruindo alicerces, paredes... e até mesmo a cobertura de nossos sonhos. Ficamos perplexos... atordoados. Pranto ou raiva querem soprar em ventos de emoções descontroladas. Parece-nos, naquele momento, que tudo está perdido.
    Não está!
    Lembremo-nos das crianças na tranqüila areia e imprevista onda destruidora de seu castelo. Olhemos ao redor... para a situação destrutiva... para a pessoa ameaçadora... Olhemos para a tranqüilidade e o bom-senso. Novas emoções... Com a tranqüilidade e  bom senso... explodiremos a gargalhada!